| 01) Que idéia o TVL tinha do Brasil, e como nos vê, agora? |
 Eu tinha uma expectativa muito grande em visitar o Brasil, principalmente pela música brasileira ser tão conhecida no mundo todo. Eu estou muito entusiasmado de estar aqui pela 1ª vez. O calor humano, os amigos que fizemos e músicos que encontramos, na verdade tudo isto superou minhas espectativas. Eu nunca imaginei que as pessoas aqui seriam tão calorosas para comigo e com a banda. Para mim foi reamente fantástica a resposta dos shows. Como disse a minha expectativa era muito grande e foi superada, e eu me apaixonei - a
"Brazilian Love Story" (Thijs cita uma música de George Duke). |
| 02) O que significou o Focus na vida dele? |
| O Focus teve seus altos e baixos. A maioria da música pop é feita para as pessoas relaxarem e esquecerem os seus problemas, como um oásis no deserto. E para resolver seus probelmas você tem que mantê-los em 'foco'! O Focus foi um catalisador inspirado principalmente por Bach. A música de Bach salvou-me várias vezes, adjudou-me a resolver meus próprios problemas. E é claro que é música clássica séria. Eu sempre estive ligado às raízes clássicas. Eu gosto muito do nome 'Focus'. Significa o fogo de uma lareira dentro de uma casa, um sentimento caloroso, o ponto de fusão do vidro. |
| 03) Como nasceu o projeto dos discos Introspection? |
 Foi uma idéia de um grande amigo Ruud Jacobs (pai de Bobby, atual baixista do Focus), que conheci aos 18 anos de idade. Estudávamos na "Grammar School", onde aprendi inglês, francês, alemão, holandês, grego antigo e latim. Esta escola promovia concursos de música clássica, teatro, escultura, pintura, jazz. Ganhei 4 prêmios como intérprete de música clássica, 1 por jazz com a canção
"Stela By Starlight", 1 por dramaturgia com um grupo e 1 como compositor para piano solo. Faziam parte do jurí os irmãos Ruud e Pin Jacobs e isto foi uma grande honra para mim. Ruud é um grande baixista - já tocou com Miles Davis, Sonny Rolands. Esses concursos eram uma grande festa. Então pensamos em ir para a América e tocar por lá. E o diretor da CBS, John Vis, convidou-me pra uma gravação solo da peça chamada
"Pavane", de Gabriel Forré. E ela chegou ao 1° lugar em Londres. Perguntei ao Focus se poderia dispor de um tempo livre para as minhas gravações solo. Eu teria apenas que participar das apresentações ao vivo da banda e teria o resto do tempo livre para meu trabalho solo. Eu não tocava ao vivo os "Introspection" e aconteceu que mesmo assim os álbums começaram à vender muito. Durante uma semana em que os trens pararam na Holanda por greve as rádios coincidentemente só tocavam Thijs van Leer. Também fui convidado para o programa
"Le Grand Gala Du Disque". Era um programa ao vivo, e toquei 2 músicas no palco. |
| 04) O TVL pretende manter o Focus de agora ou é um projeto passageiro? |
| Não, eu vou demití-los amanhã ! (brincando) Estamos numa fase muito emocionante, me sinto muito agradecido de estar com músicos tão competentes. Jan Dumée é capaz de tocar músicas bem complexas, ele ama a música Brasileira e tem um projeto solo chamado "O Septeto" no qual participam alguns Brasileiros. Bobby é meu enteado, eu o amo, ele é um ótimo baixista. Bert Smaak tem ouvidos incríveis, tem facilidade para estruturas polifônicas e habilidades sinfônicas, ele é um mestre na bateria. Não posso esquecer de Willem Hubers, nosso produtor, uma pessoa fantástica e roadie pessoal do Jan Dumée. Willem tocou com Americanos durante a guerra, na Holanda. Ele tem uma grande intuição e mente versátil para combinar coisas, como por exemplo nosso projetos futuros. |
| 05) TVL pretende voltar ao Brasil mais vezes? |
| YEAH !!! Quem sabe faremos aqui o "Focus 9" ! |
| 06) TVL toparia fazer uma apresentação solo com orquestra no Brasil, tocando temas dos Introspection? Podemos agitar isso com a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos (sugestão de Valdir Montanari). |
| Adoraria, eu falaria "sim" imediatamente! |
| 07) Como foi a reação dos antigos fãs do Focus sobre esta nova formação ? Por que o novo álbum não foi lançado pelo selo "Red Bullet" ? |
| Eu recebi muitos elogios por e-mail, e algumas cartas negativas, umas 3 ou 4, perguntando por quê Thijs van Leer não muda o nome do grupo já que não temos o Jan Akkerman. O Sr. Van Kooten da Red Bullet comprou da EMI os direitos sobre a obra do Focus, e na verdade nunca procurou-nos antes de relançar os CDs. Atitude bem diferente de quando a EMI lançou os primeiros CDs do Focus, convidando inclusive o nosso ex-produtor Mike Vernon para participar das mixagens. |
| 08) A sua participação no show do Uriah Heep em 2001 influenciou esta volta do Focus ? Como foi o show ? |
| Não - Fui convidado para esta apresentação e agradeço muito ao Uriah Heep por ter me dado esta change de tocar novamente na Inglaterra. Agradeço também a Louis Rentrop que fez o contato. Foi um grande sucesso, eu toquei 1 ou 2 solos, eu gosto muito do Uriah Heep, temos muita amizade. Na verdade eu voltei a tocar rock com a banda Blues Summit, convidado por Bobby Jacobs. Esta banda também tem a participação de Mike del Ferro, Toots Thieleman e já se apresentou por vários países, Libano, Emirados Árabes, Malásia, Coréia do Sul, Africa do Sul, Belgica, Holanda. Tocamos "standards" do Jazz, como
"Stela By Starlight" e muita coisa do Miles Davis. |
| 09) Como será o seu próximo projeto solo? |
| Oh, será como os
"Introspection", mas com um ritmo Brasileiro e bem "sexy" ! |